16.4.10

Gastronomia: um museu de grandes novidades

id="BLOGGER_PHOTO_ID_5460762109511000066"
O que nos une e o que nos separa na mesa. Receitas antigas que aportam carinho, aconchego e segredos lendários de anciãs. Agora veladas por falta de tempo, matérias-primas, contato com a família... No lugar da mandioca, trigo ou soja. No lugar da avó passando as receitas tradicionais da família em seu caderno roto, um site de receitas aberto para o mundo. O prazer de comer se reservou aos domingos, quando talvez se reúnem familiares e amigos. Porém quase sempre se come só, correndo, andando, entre um compromisso e outro. Perdeu-se o respeito pelo comer, apesar da Gastronomia estar tão em alta! Vejo releitura de pratos tradicionais, feijoada light, arroz carreteiro vegetariano... Cada maluquice sem sentido que torna o ato de se alimentar um momento de status ou segregação social! Comer não é para agregar valor e elevar a economia! NÃO! Comer é sagrado, é para elevar a alma! Come-se para se libertar das tristezas, “COMERmorar” alegrias e espantar as aflições diárias. E agora nos sentimos culpados por comer um doce no meio da semana, um brigadeiro é quase um crime. Afinal se nos permitirmos comer tudo que queremos nos desviaremos de um padrão estético pré-estabelecido de uma indústria milionária de esqueléticas. Modificamos a natureza a fim de atender nossas necessidades. Modificamos as nossas receitas por termos destruído e acabado com a nossa diversidade de matérias-primas. A troco de quê? Desenvolvimento econômico e tecnológico, para gerar mais produtos e consumo, mais lixo e mais destruição. No final das contas, inconscientemente, a necessidade gira em torno de destruir. E destruição sem transformação e reposição de recurso naturais nos deixará na fome.

Nenhum comentário:

Postar um comentário