10.9.10

Temporada de boa comida em Sampa – Parte I

Depois de algumas semanas sem aparecer no blog estou de volta com algumas novidades trazidas da minha última viagem à São Paulo. A Cidade é de enlouquecer qualquer esfomeado, principalmente aqueles que salivam por coisas que nunca provaram. A curiosidade de novas sensações aguça ainda mais o paladar.

Bem, a viagem começou cansativa ainda mais com o trânsito pesado logo na chegada. Minha namorada Clarice e eu nos hospedamos na casa de sua irmã cantora Ligiana e decidimos jantar bem logo na primeira noite. Fomos ao famoso Jardim di Napoli em Higienópolis e pedi o Polpettone. Claro, é o carro chefe da casa que funciona desde 1949, o prato é criação do próprio restaurante. Simplesmente divino, ponto de cocção exato, suculento, o queijo derretido fazendo um fio e o molho de tomate perfeitamente simples como deve ser. Imperdível.

Sempre fui a Sampa sem muito tempo ou roteiro definido, mas dessa vez queria conhecer melhor os arredores do centro e principalmente a Liberdade. Passamos dois dias batendo perna, entrando em lojinhas lotadas de gente, pois domingo é dia de “feirinha” e o bairro fica lotado. Infelizmente a baixa gastronomia não é mais a mesma, comer na feirinha não vale muito a pena, os preços são quase iguais ao dos restaurantes e a fila é de matar. Melhor comer num lugar modesto, mas com lugar para sentar. No primeiro dia fomos ao Sendai e pedimos o Teishoku, prato japonês como um menu degustação que tem de tudo um pouco. Qualidade e preço compatíveis aos bons japoneses de Brasília.

Outra experiência japonesa foi o restaurante Hideki em Pinheiros. Comemos o Shabu Shabu, Similar ao Sukiaki, ambos são cozidos na mesa do cliente. Fácil de preparar e divertido de comer o prato é basicamente um caldo bem quente servido com vários legumes, verduras, cogumelos e carne fatiada (mais fina do que para sukiaki) crus à parte. Cada comensal pega o que preferir e cozinha no caldo chamado Dashi. Todo charme está nos molhos que são servidos em potinhos, é uma espécie de fondue japonês. O restaurante com decoração típica é realmente muito bom. Fico imaginando o tanto de japa suando na clandestinidade das cozinhas. O cardápio é enorme, vários tipos de peixe filetados com 15mm, não resisti e pedi o rodízio. E dizem que eles conseguem peixes diferentes porque é um lugar “mafioso”. Ótimo, pena que não estava num dia tão inspirado e repeti poucas vezes.

Bem, como foram muitos dias e vários lugares e pratos que vou dividir essa saga em duas partes. Para não ficar com tanta água na boca segue uma receitinha. Meshiagate Kudasai! Ou seja, "bom proveito"!

Shabu Shabu

40g de alga kombu
1 acelga, cortada em pedaços grandes
1 maço de cebolinha, fatiado na diagonal
1 maço de espinafre desfolhado
1 pacotinho de broto de feijão
1 pacote de macarrão para udon pré cozido
1 tofu, cortado em cubos
2 canelas de alho-poró cortadas na diagonal
400g de shimeji ou shitake
4 cenouras cortadas em rodelas
650g de contra-filé fatiado tipo carpacio

Preparo:
Encha uma panela com água e hidrate a alga por vinte minutos, depois leve ao fogo e deixe cozinhar por dois minutos. Retire a alga e reserve. Arrume os outros ingredientes num prato grande e prepare o fogareiro com o caldo da alga (dashi). Cozinhe aos poucos o que desejar e passe no molho de gergelim. No final use o restante do caldo para comer o arroz japonês (gohan).
Existem vários tipos de molho que podem servir com o prato, vamos passar dois deles o sesame e o Ponzu.

Molho Sesame
50g de gergelim branco
25g de gergelin torrado
20ml de sakê mirin
5g de açúcar
10 ml de vinagre de arroz
30ml de molho de soja
2 dentes de alho picadinhos
100ml do caldo da alga (dashi)
Preparo:
Moa grosseiramente as sementes de gergelim e adicione o mirin aos poucos mexendo sempre. Junte o açúcar, o vinagre, o molho de soja, e o alho. Deixe mais líquido adicionando o dashi, sem parar de mexer.

Molho Ponzu
10ml de vinagre
20 ml de suco de limão
40ml de molho de soja
170ml de dashi
Misture os ingredientes num bowl e mexa bem.

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