“O tempo não pára e ele ainda passa correndo” As imortais palavras de Cazuza ilustram o caos cotidiano. A correria do dia-a-dia criou uma brecha no mercado para tecnologias que facilitassem a correria da rotina. A migração do homem do campo para cidade, a mudança do papel da mulher e com isso a reestruturação dos hábitos alimentares das famílias criou uma grande demanda para os fast-foods, como o famoso Mc Donalds. As agroindústrias foram aumentando e se expandindo pelo mundo de acordo com o ritmo fast que as diferentes nacionalidades passaram a adotar. Não só as tecnologias foram se globalizando, mas também os costumes, as musicas e os sabores passaram a se unificar, perdendo a individualidade e características próprias de cada cultura.
Não havia nenhuma movimentação contra essa padronização de costumes e sabores. Até que em 1989, quando o primeiro Mc Donalds se instalou em Roma, um grupo de italianos se uniu e criou o Slow Food. O Slow food foi criado justamente para frear essa aceleração da vida cotidiana. Viver slow, comer slow, take it slow. Respeitando a sazonalidade e o tempo da natureza, controlando o impulso imediatista do ser humano.
O Slow food acredita que o alimento deve ser bom, limpo e justo. Bom de sabor, de qualidade, matéria-prima segura para ser consumida. Limpo pois o alimento deve passar por toda a cadeia de produção sem utilização de insumos químicos e prejudiciais à saúde humana, animal e sem exaurir o meio-ambiente. Justo porque o produtor deve receber um preço justo pelo seu produto.
Para que a filosofia não ficasse só no papel, o movimento criou vários mecanismos de intervenção para o combate à padronização alimentar. O Educação do Gosto ensina e estimula crianças, jovens e adultos a aprimorarem e memorizarem as habilidades sensoriais, d forma que o gosto do alimento se torne consciente e identificável na hora de comer. Esse projeto está presente nas escolas e nos coviviuns que são grupos de chefs e gastroapaixonados que se reúnem para discutir, fazer e comer comida. Além disso, o movimento criou a Arca do Gosto, que é como uma Arca de Noé de sabores. Ali são guardadas mudas e materiais genéticos de plantas que estão em risco de extinção afim de que se possa preservar a biodiversidade e as receitas, é claro.
Além disso, a cada dois anos é realizado o Terra Madre que é um congresso do Slow Food, realizado nas principais capitais do mundo. No Terra Madre são discutidos problemas e soluções sobre o meio-ambiente, alimentação e segurança alimentar. É claro que também é reservado um espaço para que os chefs desenvolvam pratos relacionados a Ecogastronomia, para que mostrem que é possível fazer um alimento político e ecologicamente correto muito saboroso.
Como disse Pedro Petrini, fundador do movimento, a pressa é inimiga da refeição. Por isso, diminuam o ritmo, comam mais devagar e aproveitem os sabores da vida!
Para saber mais sobre o moviento acesse: http://www.slowfood.com ou www.slowfoodbrasil.com
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