17.11.10

Cozinha Artesanal Senza Parole I: Panzanella - Chef Ville Della Penna

Panzanella ou Panmolle é um preparado italiano original das regiões de Toscana, Úmbria, Marcas e Lácio. O prato consiste numa salada com pão amanhecido de alguns dias e é bastante popular nos meses de verão. O preparado inclui o pão fatiado, tomates frescos, temperado com manjericão, azeite, vinagre, sal e pimenta do reino. O pão usado de costume é do tipo Toscano, preparado sem sal e assado em forno a lenha.
Muitas vezes a Panzanella serve como base para aproveitamento de ‘sobras’, angariando assim uma grande variedade de outros ingredientes. Portanto não é raro encontrar receitas indicando o uso de hortaliças, peixes e frutos do mar para sua elaboração.
PANZANELLA:

Ingredientes:
1 pepino médio ( só a casca )
2 tomates Italianos cortados em cubo
1 cebola roxa cortada em rodelas finas
4 folhas de rúcula rasgadas
500 g de camarão  cozido para molho
200 ml de azeite (1 copo americano)
15 ml de vinagre branco (2 colheres de chá)
400 g de um pão italiano.
Modo de preparo:
No dia anterior, rasgue o pão e reserve em uma saladeira somando o azeite e o vinagre. No dia seguinte, some todos os ingredientes com sal e pimenta a gosto.   

A receita de Panzanella foi apresentada pelo Chef Ville Della Penna no III Salão Internacional do Artesanato para o projeto Cozinha Artesanal Senza Parole.

7.11.10

Ana Rita Dantas Suassuna na Cozinha Artesanal Senza Parole

No próximo domingo, 14 de novembro, às 18h, Ana Rita Dantas Suassuna, autora do livro Gastronomia Sertaneja: receitas que contam histórias da editora Melhoramentos, estará no Espaço Gastronômico do III Salão Internacional do Artesanato palestrando sobre sua vida, seu livro e o universo de sua pesquisa. A palestra faz parte do projeto Cozinha Artesanal Senza Parole e logo após os chefs Adriano Vasconcelos e Ville Della Penna ensinarão algumas receitas da cozinha de buteco.

Segue matéria de Guta Chaves

A dama da cozinha sertaneja

Ana Rita Dantas Suassuna lança livro de receitas e resgata histórias de comida do sertão

Guta Chaves, colunista do iG Comida
24/08/2010 09:38


Foto: Divulgação

Ana Rita Dantas Suassuna: "O cuscuz é o pão na mesa do sertanejo", ensina a autora de Gastronomia Sertaneja - Receitas que Contam Histórias
“Alguém aqui sabe me dizer o que é mugunzá com mão de vaca e linguiça? E orelha de pau?”, perguntou para sua plateia Ana Rita Dantas Suassuna, uma senhora muito boa de conversa. “São pratos muito típicos da minha terra”, explicou. “E como esses há tantos outros desconhecidos fora do sertão”. Orelha de pau é um tipo de panqueca feita de farinha de milho. Já o mugunzá com mão de vaca e lingüiça é um prato à base de canjica cozida com a pata dianteira da vaca, rica em colágeno, e linguiça. Receita nutritiva e saborosa. Assim, entre um e outro prato, uma e outra história do sertão, dona Ana Rita cativou o público na semana passada durante o lançamento de seu livro, na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O nome da obra é Gastronomia Sertaneja – Receitas que Contam Histórias (editora Melhoramentos).
Prima-irmã do escritor Ariano Suassuna, que quando criança passava as férias em sua casa e adorava paçoca de carne, dona Ana Rita falou como se estivesse em casa. Fazia sentido: tinha muita gente da família entre os espectadores. Ela contou animadamente sobre a confecção do livro, os pratos e a vida na fazenda São Pedro, no sertão de São José do Egito, em Pernambuco.
Dona Ana Rita é uma grande representante da cultura gastronômica sertaneja. Não por acaso, um dos méritos do livro – que além de tudo é bem bonito – é resgatar e registrar receitas e tradições que, por serem muitas vezes transmitidas oralmente, uma hora se perdem.
Em um jantar organizado em São Paulo por André e Maria Luiza Ctenas, antes ainda de se pensar em um livro, dona Ana Rita fez alguns pratos do sertão pouco conhecidos no sudeste. Entre os participantes do festim, outros chefs, como Alex Atala, Ana Luiza Trajano, Mara Salles e Rodrigo Oliveira. Todos profissionais envolvidos com pesquisas na cozinha brasileira. Muitos, por outro lado, até então nunca tinham ouvido falar ou provado algo como o tal grude de goma: um bolo de consistência gelatinosa por baixo e crocante por cima, feito com a goma da mandioca misturada ao coco ralado na hora. Ficaram encantados. Convencida de que era importante registrar isso tudo, dona Ana Rita começou a escrever o livro, estimulada pela família -- e ainda mobilizou todo mundo na empreitada. Daí para se achar o editor, Breno Lerner, da Melhoramentos, foi um passo.
Pois bem, agora lá está ela no comando da apresentação. Com uniforme de chef, Cozinhando com Palavras (nome do evento em que se apresentou durante a Bienal do Livro), dona Ana Rita conta que para compor a obra juntou aos próprios conhecimentos muita pesquisa e releu clássicos de Câmara Cascudo, Gilberto Freyre, Josué de Castro e Mauro Mota. Lembrou dos romances de escritores nordestinos famosos como Rachel de Queiroz. E, claro, resgatou a memória popular. Não foi fácil, conta, converter em medidas mais precisas aquelas “pitadas e punhados” das receitas feitas “no olho”. Mas ela persistiu e testou tudo, com a ajuda de outras mulheres da família como Vanda e Vera Dantas.
Dona Ana Rita também tirou das gavetas antigos cadernos de receitas. Um deles foi o que ganhou de presente ao casar, no final dos anos de 1950 – hábito comum na época em que as mulheres eram preparadas para assumir o comando da cozinha de casa. O livrinho vermelho, delicadamente encadernado e muito bem cuidado, tinha até pratos como estrogonofe, pizza, suflê e chocolate. “Este último, era um forasteiro no sertão”, diz. “E ainda tinha lagosta e camarão. Imaginem, nem água tem lá...”. Assim, aquele caderno, que pedia ingredientes distantes, era inútil. Acabou encostado. “Até hoje, só sei fazer comida do sertão, mas guardo a relíquia”.
Outro caderno de receitas, da mesma época e mais de acordo com seus propósitos, explicava como fazer um desafiante sequilho de goma, datado de 1912. “Na minha casa isso era feito três vezes por semana e eu não soube reproduzir depois de casada”. Durante toda a infância, viu a mãe preparar os biscoitinhos de leite de coco, goma e açúcar. “Mas nunca vi bicho para ter mais segredo. Uma das coisas mais difíceis foi recuperar esse sequilho crocante, que dissolve na boca”.

A riqueza do milho

“As comidas de milho são uma riqueza da minha região”, diz dona Ana Rita. O cuscuz, por exemplo, é um dos grandes pratos da cozinha sertaneja: é comido salgado e doce, no café da manhã, como acompanhamento das refeições e ainda na hora do lanche. “É o pão na mesa do sertanejo”. Aliás, pão de trigo para o sertanejo é um luxo. Ele aparecia com os vendedores ambulantes que o anunciavam com uma corneta ou era encontrado nas feiras locais.

Durante sua apresentação, dona Ana Rita mostrou os produtos de milho que dão origem a tantas receitas. O fuba, por exemplo, farinha fininha feita do grão pisado no pilão, peneirado, torrado em panela de barro e moído, quando misturado ao mel de rapadura, já dá uma bela refeição. A farinha granulada que sobra na peneira é o xerém, também muito empregada nas formulações regionais. Cururu é um bolinho de milho, feito com mel de rapadura no lugar do leite. "Fubá e fuba são massas de milho bem diferenciadas. A primeira é ingrediente básico para o cuscuz, ou para o angu. Na fuba os grãos de milho são seco são colocados em "caco" de barro preaquecido em fogo baixo, mexido com pá de madeira, sem parar, até torrar. Em seguida são moídos ou pisados em pilão, peneirados, transformados em massa muito fina e seoca: um pó especial diferente do fubá", explica em seu livro.

No sertão, quando se mata porco costuma-se fazer lingüiça caseira. E ao tempero seco se mistura rapadura, que fermenta e faz o papel do vinagre. Com essa mistura são enchidas as tripas. Também se prepara vinagre de caldo de cana: deixa-se fermentar a garapa e se côa todos os dias até que a fermentação cesse.

Está presente em toda a obra esta muito sensata anotação de que nada pode ser desperdiçado. “Bem se diz por aqui que da cabeça ao pé da galinha só sobra o bico”. E, no capítulo A seca, a fome, as comidas, a autora ainda faz questão de mostrar como os pratos mudam de nome, de maneira pejorativa, nas épocas de seca.
A receita cabeça de galo – espécie de pirão de ovo, em que se misturam temperos verdes e manteiga em água fervente quebrando um ovo para cada pessoa –, quando se tem poucos recursos, vira “mingau de cachorro”, pois só vai um ovo misturado para muita gente, e olhe lá. “Leite batizado” é leite misturado com água pra render. “Escoteiro” é feijão comido puro, sem mistura. Garapa vira “engana bucho” quando não se tem mais nada para aplacar a fome. Contingência da seca, como diz a autora. “As receitas carregam os significados de seus nomes”, diz. “E esses apelidos identificam que as pessoas não aceitam comer em desacordo com seu paladar”, conclui. É como se fosse uma forma de protesto.

Para dona Ana Rita, a obra tem também um significado simbólico. “Foi uma surpresa me colocar no lugar de alguém que estava escrevendo um livro de comida, pois eu só conheço as do sertão e, ainda, como amadora”, diz, com muita modéstia. “Procurei registrar o máximo de tudo que sabia e que soube me informar, mas, sobretudo, minha grande fonte de informação foram os familiares e amigos da época”, diz. Cada um chegava com uma pesquisa, uma informação ou para provar uma receita e dar sua opinião. São pratos para ser preparados em fogo lento, sem pressa, ensina. De preferência, no fogão a lenha. Gastronomia Sertaneja – Receitas que Contam Histórias é isso: um livro rico de informações e bem delicado, que enche a gente de vontade de conhecer as comidas e o sertão que se insinuam acolhedores, como as palavras da autora.

Serviço

Gastronomia Sertaneja – Receitas que Contam Histórias, de Ana Rita Dantas Suassuna, editora Melhoramentos. R$ 149,00.
(Pode ser comprado com desconto pelo site da livraria melhoramentos. http://www.livrariamelhoramentos.com.br/ - Nota de Brasília de Dólmã.)

Receita

Cabeça de galo, por Ana Rita Suassuna - Redimento: 5 porções

Ingredientes

Água o quanto baste (mais ou menos 2 litros)
1 cebola da terra (roxa) cortada em rodelas finas
2 ramos de coentro inteiros
2 ramos de cebolinha verde inteiros
1 dente de alho amassado
½ pimentão cortado em tiras
1 colher (chá) de colorau
1 pitada de cominho
Sal e pimenta-do-reino a gosto
2 tomatinhos cortados em quatro
2 colheres (sopa) de manteiga
½ xícara (chá), ou mais, de farinha de roça*
5 ovos
Modo de fazer

1. Leve a água ao fogo para cozinhar os temperos verdes e secos junto com a manteiga. Quando estiverem cozidos, retire os temperos da água e reserve. Com o fogo baixo e o caldo fervendo, coloque a farinha de roça lentamente, e aos poucos, mexendo sem parar, até que o caldo engrosse e fique no ponto desejado.
2. Quebre os ovos, um a um, no caldo fervendo, com cuidado para que cozinhem inteiros.
3. Na hora de servir, coloque um ovo em cada prato. Os temperos cozidos, assim como um pouco de coentro e cebolinha verde, vão separados para serem usados a gosto.
4. Com o caldo da cabeça de galo, prepare um molho de pimenta suave ou, se preferir, de azeite doce (azeite de oliva) e vinagre.
5. Para os que nada podem, em época de seca o preparo é feito com alguns temperos verdes cozidos em muita água e sal, um ovo quebrado e esfarelado (é a multiplicação do ovo, como a dos pães no texto bíblico) na fervura e um punhado de farinha de roça para misturar e fazer um pirão ralo, independente de quantos sejam os que vão comer.

* Farinha de roça, segundo o glossário do livro, é a nomenclatura usada no sertão para farinha de mandioca.

29.10.10

Cozinha Artesanal Senza Parole - de 6 a 14 de novembro - Parque da Cidade Expobrasília

Cozinha Artesanal Senza Parole

De 5 a 15 de novembro de 2010 acontece no Parque da Cidade o 3º Salão Internacional do Artesanato. Entre as muitas atrações está o Espaço Gastronômico Senza Parole que nesta edição apresenta a cozinha artesanal de 5 países:

Alemanha;
Itália;
Equador;
Egito;
Brasil.
 
Com renomados chefs e representantes da embaixadas.
Os cursos são GRATUITOS mas as vagas são limitadas.

Informações e inscrições: 9675-8092

Programação do Espaço Gastronômico:

De 6 a 14 de novembro acontece no Espaço Gastronômico do Salão Internacional do Artesanato  a série Cozinha Artesanal Senza Parole. Artistas de fogo e fogão apresentados pelo Chef Adriano Vasconcelos apresentarão maravilhas culinárias da Itália, Alemanha, Equador, Egito e Brasil. O evento é uma realização Senza Parole - Atelier de Artes Culinária, Brasília de Dólmã - Revista Eletrônica de Gastronomia e Senac-DF.

Dia 6 de novembro – 16h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilBobó de Camarão
Cozinha-show com a Chef Iracema Santana

Dia 6 de novembro – 19h
Cozinha Artesanal Senza Parole: Itália – Cozinha do Piemonte
Cozinha-show com o Chef Ville Della Penna
Dia 7 de novembro – 16h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilMisturadinho
Cozinha-show com a Chef Iracema Santana

Dia 7 de novembro – 19hCozinha Artesanal Senza Parole: Alemanha - Cozinha artesanal Alemã
Cozinha-show com o Chef Du Sedelmaier
Dia 9 de novembro – 19h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilBolo de Mandioca com Calda de Caramelo
Cozinha-show com a Chef Ana Lúcia
Dia 10 de novembro – 19h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilCupcake de Puba
Cozinha-show com a Chef Ana Lúcia
Dia 11 de novembro – 19h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilRocambole de Castanha do Brasil e cobertura de Calda de Mel de Engenho
Cozinha-show com a Chef Ana Lúcia

Dia 12 de novembro – 16h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilSardinha assada com Farofa de Cuzcuz, Banana da Terra e Bacon
Cozinha-show com a Chef Iracema Santana

Dia 12 de novembro – 19hCozinha Artesanal Senza Parole: Equador – Tartelette de banana verde com recheios de queijo, de atum e de carne. Casca de melancia. Bebida de aveia.
Cozinha-show com a Chef Carmen Maria Luna de Briones
Dia 13 de novembro – 16h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilCarne de Sol desfiada com Pirão de queijo
Cozinha-show com a Chef Iracema Santana

Dia 13 de novembro – 19hCozinha Artesanal Senza Parole: Egito – Koshary
Cozinha-show com o Chef Zaghloul Fahmy Hafez Amin
Dia 14 de novembro – 10h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilPanelinha Goiana
Cozinha-show com a Chef Iracema Santana

Dia 14 de novembro – 16h
Cozinha Artesanal Senza Parole: BrasilPé-de-Moleque nordestino com Calda de rapadura
Cozinha-show com a Chef Ana Lúcia


Dia 14 de novembro – 19hCozinha Artesanal Senza Parole: Brasil – Cozinha de Buteco
Cozinha-show com Chef Adriano Vasconcelos e Chef Ville Della Penna

Os Chefs:

Chef Adriano Vasconcelos - Paranaense, o chef do Atelier de Artes Culinárias Senza Parole é gastrônomo e historiador com pós-graduação em educação. Ministra cursos e palestras de Cultura e Gastronomia em vários idiomas em universidades no Brasil e exterior e dirige a Revista Eletrônica Brasília de Dólmã. Defensor da cozinha de raiz é militante do movimento Slow Food.
Chef Pâtissière Ana Lúcia Feitosa da Silva - Especializada em Cake Design (Arte em Açúcar); cozinha brasileira e internacional; professora de confeitaria artesanal e representante de produtos gastronômicos. Docente dos cursos e oficinas do Senac-Df.
Chef Carmen Maria Luna de Briones. Representante da Embaixada do Equador no Brasil.

Chef Du Sedelmaier. - Brasiliense, formado em hotelaria em Brasília onde lecionou depois de participar de cursos na Espanha em 2007. Desde 1999 trabalhou com grandes chefs como Gerard Duran, Alice Mesquita e Mario Taconni, com quem aprendeu sua base franco-italiana. Chef do Balaio Café em Brasília e pratica a cozinha de bistro.

Chef Iracema Santana - Formada em Gestão de Gastronomia; Confeitaria; Panificação; pós-graduada em Docência do Ensino Superior Voltada para a Gastronomia; docente dos cursos de Gastronomia do Senac-DF.

Chef Ville Della Penna - Formado em Gastronomia na Itália, com experiência em restaurantes na Itália e na Bélgica. Brilhou no restaurante Don Juliano em Roma, três estrelas Michelin e no Il Cantigo em Terne na Itália. É o chef do Bar do Mercado Municipal de Brasília.

Chef Zaghloul Fahmy Hafez Amin. Representante da Embaixada do Egito no Brasil.

Informações (61) 3556-5834 / 9675-8092

Senza Parole - Atelier de Artes Culinárias
Paixão, Fogão e Arte!

28.10.10

Descobrindo os sabores do Brasil: Madalena

Ingredientes:
Purê:
1kg de batatas
100g de manteiga
100g de leite
raspas de noz moscada
pimenta do reino branca moída opcional
sal
Recheio:
250g de carne picada ou moída
400g de tomates sem sementes picadinhos
1 cebola picada
2 alho picado
sal
pimenta do reino opcional
cebolinha picada
pimentão opcional picado
azeite
Preparo:
Cozinhe as batatas até ficarem bem macias e depois passe por um moedor. Misture leite fervido, manteiga, sal, pimenta e noz moscada e leve ao fogo e mexa com um fuet até que o purê esteja bem espesso e airado.
Numa frigideira aqueça o azeite e frite a cebola, o alho, a carne picada (cubinhos menores que 5mm). Adicione os tomates picados, o pimentão, a pimenta, o sal e ao desligar o fogo, a cebolinha.
Numa travessa pequena de cerâmica ou refratária, cubra o fundo com uma camada de metade do purê, uma camada do guisado de carne e finalmente cubra tudo com a outra metade do purê.
Leve ao forno para gratinar e sirva quente.
Conheci esta delicia no Restaurante Universitário da Universidade Federal do Paraná quando fazia, na década de noventa, o curso de História. Saudades.
Bom apetite!

27.10.10

Chuleta na Brasa - Feliz Aniversário, Presidente!

Hoje o Presidente Lula completa 65 anos e um de seus pratos prediletos é a Chuleta Paulista servida no restaurante de seu amigo Gijo em São Bernardo do Campo. A chuleta é um baita contra-filé com osso, cortado grosso com dois ou três centímetros, e costuma pesar cerca de 750g. Em homenagem ao aniversário do nosso presidente, segue receita de churrasco de chuleta.

Chuleta na Brasa
Comprar os bifes de chuleta bem grossos, com 2 a 3 centímetros (quanto mais grosso, mais mal passado, mais fino, bem passado).
Aquecer muito bem a churrasqueira e quando estiver bem quente e as brasas estiverem "em brasa", temperar a chuleta com sal grosso e colocá-las sobre a grelha a no máximo 20 cm de altura. Assim que começar a sair água na parte de cima, virar e assar do outro lado por uns 5 minutos. A chuleta deve ficar bem tostada por fora e rosada por dentro. É importante temperar somente "em cima da hora" para a carne não perder muita água e não ressecar ou ficar salgada. Prefira peças fechadas à vácuo, normalmente são mais macias e com melhor controle sanitário.
Sirva acompanhada de arroz, feijão e salada.

Feliz Aniversário, Presidente!

Para acender o fogo usando apenas papel, segue um vídeo do Youtube (em espanhol).

26.10.10

Bate-papo sobre a cozinha provençal na Aliança Francesa

Hoje à noite estarei na Aliança Francesa conversando com os alunos sobre a cozinha da região da Provença. Vamos preparar uma deliciosa torta provençal e conversaremos também sobre a ratatouille, e os costumes e a cultura da região. Tudo regado a deliciosos vinhos provençais, naturalmente. O convite do Monsieur Le Directeur Jean Bourdin é mais uma iniciativa que busca incluir no ensino de francês o componente cultural. O curso de hoje faz parte de uma série de eventos promovidos pelo novo diretor da Aliança Francesa de Brasília que demonstram a qualidade e a preocupação com a formação completa dos alunos da instituição que este ano completa 49 anos da presença da amizade entre Brasil e França em Brasília.

25.10.10

Adeus, Walita.


Walita Neutron
Em 1944, no Brasil, Waldemar Clemente, dono de uma empresa de produtos elétricos, dede 1939, a Walita Ltda., aprimorou o aparelho da Turmix, criando no ano seguinte, em 1945, seu próprio aparelho, o Walita Neutron, batizando-o de “liquidificador”, nome que passou a designar para sempre o aparelho nesse país.

Turmix
No final dos anos 40, a Turmix então ingressa na Argentina e tem seus aparelhos também produzidos no Brasil pela Walita, que patenteia no Brasil o extrator de sucos da Turmix, batizando-o de “Centrífuga”, nome que também designa desde então esse tipo de aparelho baseado no liquidificador.

Centrífuga Walita
Em 1946, John Oster, fabricante de aparelhos para barbearia, adquire a Stevens Electric e lança seu primeiro liquidificador concorrente do Waring, o “Osterizer”. Devido à estratégias agressivas de marketing, com extensas propagandas em revistas famosas e programas, os liquidificadores Osterizer e Walita ficaram muito famosos nos Estados Unidos e Brasil, respectivamente. Posteriormente, a Oster cria sua divisão Sunbeam, que se especializa em liquidificadores de luxo, com várias velocidades e acabamentos decorativos chamativos.

Osterizer
No Brasil, a Walita passa a fabricar liquidifcadores para várias empresas e alcança seu primeiro milhão de unidades no início dos anos 50 com um novo e redesenhado liquidificador, que ficou conhecido simplesmente como “liquidificador Walita”. Nessa época, Hanz Arno, fabricante de motores elétricos no Brasil também desenvolve um liquidificador baseado no Osterizer, posteriormente se aproxima da Sears, que passa a desenvolver eletroportáteis com sua empresa, a Arno S.A.

Arno
Tendo a Arno uma relação próxima com a Electrolux, esta passa a comercializar seus liquidificadores em alguns mercados nas décadas seguintes. Ao longo dos anos 50 e 60, a Philips, holandesa, desperta o interesse pelos liquidificadores e outros eletroportáteis da Walita e passa a comercializá-los em outros países. Suas relações aumentam e a Walita passa a ser a fonte dos eletroportáteis Philips para vários mercados ao longo dos anos 60, culminando com a sua aquisição pela Philips em 1971.
A Walita, tendo seu fundador como presidente da divisão até 1994 , então passa a ser o principal centro de desenvolvimento de eletroportáteis da Philips para o mundo desde os anos 70, especialmente de liquidificadores e da “centrífuga”. Ao longo dos anos 80 e 90, muitos ferramentais de liquidificadores e extratores de suco, bem como inovações feitas pela Philips foram adquiridas por várias empresas, especialmente as chinesas, que abastecem hoje praticamente todo o mercado mundial com liquidificadores baseados nos produtos Walita, derivados dos Turmix, que por sua vez, remontam do primeiro liquidificador Waring. A Walita em 1950 já se valia do design e do marketing para fazer sucesso.

Waring
A Philips, detentora da marca desde 1971, adquirida de Waldemar Clemente, "engenheiro, empreendedor e pioneiro" decidiu juntar seu nome à da Walita à partir de 2004. O motivo foi o aumento significativo da presença masculina nas cozinhas e o crescente interesse pelos utensílios culinários. A marca Walita sempre esteve ligada à mulher e ao esteriótipo da dona de casa. Assim fez sua história de sucesso e virou sinônimo de eletrodoméstico no Brasil. Em 2010 a Philips decide extinguir a marca Walita
.

24.10.10

Bracciole ai Peperoni

A bracciole é conhecida no Brasil como bife à rolê. É um bife enrolado com os mais variados recheios. Esta deliciosa receita italiana pode ser feita com coxão mole, coxão duro, patinho ou com o bife da sua preferência. Na Itália os recheios também são os mais variados, como a bracciole alla fiorentina que leva espinafre, também encontramos recheio de cenoura, vagem, cebola, queijo, toucinho, e tudo o que alcançar a criatividade da mama. Um prato delicioso que aceita o acompanhamento de arroz, macarrão, purês, vegetais cozidos ou polenta.
Ingredientes:
1 kg de bifes de contra-filé (ou outro da sua preferência),
1 pimentão amarelho em julienne,
1 pimentão vermelho em julienne,
3 dentes de alho em brunnoise,
1 cebola em brunnoise,
10g sal,
5g pimenta,
azeite,
350g molho de tomate (pronto ou tomates + cebola + cebolinha + manjericão + açúcar, sal e pimenta + azeite + 30 minutos de fogo),
palitos de dente ou barbantes de algodão.

Preparo:
Tempere os bifes com sal, pimenta, alho e cebola. Misture os pimentões. Recheie a carne com um pouco (20g) de pimentões e enrole prendendo com dois palitos de dente ou amarrando com dois barbantes. Numa frigideira aqueça bem o azeite e sele as bracciolas uma de cada vez (frite levemente só pra tirar o cru e "fechar" a carne).
Numa caçarola (ou panela de pressão) coloque o molho de tomate, o pimentão se sobrar, e distribua as bracciolas. Cozinhe até que a carne esteja bem macia. Se preferir, depois de pronto, leve ao forno para gratinar por cinco minutos. Uma vez pronto, retire os palitos de dente (lembrando que foram dois por pedaço) ou os cordões e sirva com o acompanhamento preferido.

Pavê de Abacaxi

Uma receita bem popular, barata, rápida, simples e deliciosa. Ainda dá tempo de fazer hoje, heim!
Ingredientes:
açúcar                           30g
leite                              1l
maisena                        30g
gema de ovo                 3 un.
creme de leite               1 lata
leite condensado           1 lata
biscoito champanhe       1 caixa
abacaxi                         1 un.
açúcar                           10g
cravo                             3 un.
coco ralado                    100g

Preparo:
Para o creme - fazer um pudim com o açúcar, leite, maisena e gemas. Misturar tudo na panela antes de levar ao fogo. Levar ao fogo médio, mexendo sempre até atingir o ponto de pudim com a conscistência suave. Acrescentar o creme de leite sem o soro e o leite condensado.
Para o abacaxi - picar o abacaxi em pequenos cubinhos sem o miolo, cozinhar por 20 minutos em fogo baixo com uma colher de açúcar (10g) e cravos e água. Retire os cravos e deixe esfriar. Drenar o abacaxi reservando o caldo.
Para a montagem - num refratário retangular montar uma camada de biscoitos com o açúcar cristal voltado para cima. Umedeça com a calda de abacaxi. Cobrir com o creme. Cobrir com abacaxi picado. Cobrir com biscoito, umedecer, creme, abacaxi e polvilhe coco ralado por último. No total serão 7 camadas (biscoito, creme, abacaxi, biscoito, creme, abacaxi, coco). Reservar o doce na geladeira por 4 a 24 horas. E bom apetite!
O pavê de abacaxi é uma receita muito popular no Brasil. Há milhares de variações. Esta receita é da minha esposa, Rosy.
Se quiser, mande a sua pra gente através dos comentários ou do nosso e-mail. Um abraço!

21.10.10

Para o fim da tarde: muffins de banana e nozes

Boa tarde! Amigos leitores e leitoras!
Hoje é um dia perfeito para docemente saborear uma delícia: muffins de banana e nozes.
De fácil preparação e delicada apresentação a receita a seguir é uma opção perfeita para acompanhar o chá ou café.
Para você que vai preparar, sucesso! Depois você nos conta como ficou, ok?
Doces abraços, Rosy Vasconcelos.

Muffins de banana e nozes

Ingredientes:
Manteiga - 180g
Acúcar mascavo - 130g
Ovos - 3
Banana - 250g
Farinha - 300g
Fermento em pó - 20g
Sal fino - 5g
Leite - 100ml
Nozes - 80g
Aveia - 100g

Preparo

Bata a manteiga com o açúcar. Acrescente os ovos e as bananas em cubos.
Peneira a farinha, o fermento em pó e o sal.
Junte os secos ao batido alternando com o leite, a aveia e as nozes.
Coloque em forminhas untadas e leve ao forno a 180 C por 15 minutos.

Boa degustação!

20.10.10

20 de outubro, Dia Internacional do Chef

 
Durante a Idade Moderna, com o renascimento urbano, comercial e cultural na Europa, os contornos dos estados nacionais vão sendo definidos e é o absolutismo real que vai finalmente restabelecer os estados monárquicos do ocidente. É nos palácios reais que vão se instalar os novos, centralizados e poderosos estados, sob a égide de déspotas esclarecidos e o governo da fisiocracia e do mercantilismo.
Dentro das cozinhas desses palácios vai surgir a figura do chef, chef cozinheiro, chef confeiteiro, que farão revoluções nas culinárias nacionais criando maravilhas para o deleite dos nobres palacianos. Entre estes gênios da Gastronomia real estava Vatel, o criador do creme chantili, que maravilhou ministros, condes, barões e reis.
 
Mas enquanto cinco mil nobres viviam a saborear os acepipes reais em Versailles, milhões de franceses passavam fome. Não demorou para que o povo organizasse a maior revolução da história e que mudaria a face do mundo.
Com a revolução francesa as cabeças dos nobres foram cortadas, depois as dos líderes revolucionários. Com a instalação da República e a ascensão da burguesia, os chefs haviam perdido seus empregos e regalias.
É neste momento que Marie-Antoine Carème entre outros revolucionaria a Gastronomia tornando-a acessível à fina flor da burguesia. A criação dos restaurantes foi a saída para a criatividade dos cozinheiros reais. Agora vendiam aos burgueses a possibilidade de viver momentos de realeza. Os restaurantes levaram às ruas todas as regalias e delícias antes reservadas apenas aos nobres.
Dessa forma a revolução francesa provocou na França e em toda a Europa uma revolução também na Gastronomia. E não foi apenas isso. Napoleão Bonaparte, em sua sanha conquistadora, não dilapidou somente riquezas materiais das nações conquistadas, trouxe também cozinheiros e conhecimento para a França. Os cozinheiros franceses trataram de codificar estes saberes e criaram a grande cozinha francesa, baseada principalmente no roubo de receitas e técnicas da Europa, África, Ásia e América.
Mas as revoluções não param. A última grande revolução é a do conhecimento. A popularização da Gastronomia e a crescente oferta de cursos no Brasil e no mundo saltam aos olhos. Surgem chefs em todas as partes e com as mais variadas tendências. Apesar do nariz torto dos velhos chefs dos grandes restaurantes voltados para a fina flor da burguesia, a Gastronomia reencontra a culinária. O movimento Slow food chama à reflexão a ecologia, que traz à cozinha a necessária sustentabilidade e a defesa da agricultura familiar e do uso dos ingredientes locais e sazonais.
De repente, a alta cozinha já não é mais a dos ingredientes importados mas aquela que alia ciência, cultura e história à consciência política e ambiental. A democratização ao acesso ao conhecimento científico gastronômico e aos seus resultados práticos culinários.
A revolução gastronômica está por todos os lados e sua vanguarda revolucionária é composta por jovens chefs empunhando facas afiadas e com bandanas na cabeça.

Vive la revolution! Feliz dia internacional do Chef!

 

12.10.10

Sazón Latina: Secretos de la Salsa Criolla

Ingredientes:
Morrón rojo - 1
Ají verde - 1
Cebolla - 1
Tomates - 2
Aceite - 1 taza
Vinagre - 1/2 taza
Hojas de perejil - 1/2 taza
Sal
Pimienta
La salsa criolla tiene sus secretos. Entre las muchas variantes, se destaca por sus sabores y colores la siguiente. Picar muy pequeño el morrón, el ají verde, la cebolla y los tomates. Haga uso de todo su esmero y paciencia. Mezcle los vegetales con el aceite, el vinagre e incorpore la sal y la pimienta. ¡Una buena salsa criolla ya no es un secreto!
fonte: Cocina Argentina Clásica y Moderna. Buenos Aires: Emecé Editores, 2007.

10.10.10

Heranças de Portugal: Arroz Doce

   "Podemos comer arroz doce nos quatro cantos do mundo, mas não há recanto em Portugal onde não se faça este doce, tão típico quanto diferente, dependendo de quem o prepara.
   Desde o século VI a.C. que há registos de arroz cozido em leite com açúcar. A chegada da cana-de-açúcar da Índia ao Médio Oriente, onde já se cultivava o arroz, marca a origem desta especialidade que perdurou até aos nossos dias.
   É possível imaginar que, muito antes, estes alimentos coexistiam na Índia e que, inclusivamente na Ásia, substituído o leite de origem animal pelo leite de coco, este doce era saboreado desde os tempos mais remotos.
   Posteriormente, a fama do arroz doce espalhou-se rapidamente por toda a Europa e a cor dourada que o melaço lhe conferia passou ao branco característico, já no século XIII, quando se começou a utilizar açúcar refinado. O século XVIII marca o momento do baptismo desta sobremesa, que revela todo o seu encanto em todos os livros de receitas europeus.
   Durante os últimos vinte e seis séculos, o arroz cozido em leite com açúcar conservou praticamente intacta a sua essência original.
   A sobremesa de arroz doce em Portugal reflecte esse desejo de manter vivas as doces tradições ancestrais. Servi-lo no final do almoço de domingo, ou em qualquer acontecimento digno de celebração, significa venerar um costume antigo e honrar os dias festivos.
   As inúmeras referências revelam esta aliança do arroz doce e determinadas datas do calendário.
   Sirva de exemplo o Natal que, nas aldeias e cidades portuguesas, é muito acarinhado nas suas tradições, convertendo a gastronomia no eixo central sobre o qual gira a celebração. Deste modo, e antes de se ir à popular Missa do Galo, não falta o prato de arroz doce e os doces conventuais que são com frequência servidos após um vistoso bacalhau cozido.
   Outro momento em que o arroz doce aparece é em muitas bodas portuguesas. Trata-se não só da sobremesa principal da ocasião, como é típico a família dos noivos oferecer arroz doce aos seus convidados uns dias antes da cerimónia. Actualmente, subsiste o mito de que a quantidade de arroz doce com que se recebe os convidados é proporcional ao grau de parentesco.
   Desde o aroma que lhe é oferecido pela canela, passando pelo toque subtil que a casca de limão lhe dá, e terminando na porosidade que o ovo lhe confere, o arroz doce português admite, na sua preparação, pequenas variantes que permitem personalizá-lo e torná-lo único em cada mesa".
fonte: Dias Festivos e Arroz Doce (http://www.saludaes.pt/Articulos/ver/dias_festivos_e_arroz_doce) Acesso em 10/10/10.
Arroz Doce
Ingredientes:
200g de arroz branco comum (jamais parboilizado);
1l de leite;
50g de manteiga;
300g de açúcar;
50 ml de Amaretto;
10 cravos;
5g de canela em pó
50 ml de água.
Preparo:
Cozinhe o arroz com o leite e a manteiga;
Quando estiver bem cozido, adicione água se necessário e deixe pegar fervura de modo a ficar bem caldaloso;
Com o açucar prepare um caramelo vermelho e derrame lentamente sobre a calda de arroz cozido;
Numa panela à parte ferva os cravos e a canela em pouca água e, com uma peneira fina, coe sobre o arroz doce;
Adicione o Amaretto, misture bem e desligue o fogo assim que estiver cremoso mas ainda com calda;
Esfrie tampado na geladeira e sirva polvilhado com canela em pó e enfeitado com cravos.

9.10.10

Restaurantes de Brasília - La Benedicta

Foto: labenedictagastronomia.blogspot.com
Flávio Pimentel: Olá, pessoal. Após um longo período afastado do nosso blog estou de volta. Estive extremamente ocupado com o trabalho, mas finalmente estou de volta à rotina normal. E, ontem, após um exaustivo dia de trabalho, resolvi sair para espairecer um pouco e, esposa a tiracolo, fui parar na comercial da 412/413 Norte. Qual ão foi minha surpresa ao ver que a comercial está se tornando um grande polo gastronômico, com muitas e boas opções. Tem, entre outras casas, o Houston, uma hamburgueria gourmet; o Dona Lenha Mediterrâneo; Bendito Suco, que era, o único que eu conhecia no local, onde estive há mais de ano e gostei, apesar de um terrível cheiro de esgosto no ar vindo da residencial. Felizmente ontem não o senti; o Café com Vinil, muito bacana. Mas como estava a fim de algo mais tranquilo acabei parando no La Benedicta, da Chef Ana Stellato.
Vamos à experiência. Fomos recebidos pela simpática Chef, que nos deu uma rápida explicação da proposta da casa, que é um bistrô italiano. Casa de decoração despojada, com sofás confortáveis, ambiente agradável e serviço bom, apesar de algumas falhas de um dos garçons.
Quando chegamos a casa estava vazia, com apenas uma mesa ocupada por um casal. Ficamos no fundo, de frente para a porta de entrada. Logo chegaram mais clientes e percebemos que o restaurante é bem procurado.
O cardápio e a carta de vinhos são bem resumidos mas com boas opções e bons preços. Pedimos um vinho Boscato Merlot 2007, 1/2 garrafa, de Nova Pádua na Serra Gaúcha. A falha do garçon começou nessa hora com o serviço de vinho, mas não chegou a prejudicar o bom conceito da casa.
Começamos com uma bruschetta de tomates confit e queijo cremoso, muito bem temperada e saborosa. Para ficar perfeita o pão deveria do tipo italiano e não francês como foi servida.
Senti falta no cardápio de uma opção de carne com corte alto e que possa ser servido ao ponto. Em termos de carne as opções eram escalopinho de filé e fricassé de cordeiro. Descrições muito tentadoras no cardápio, mas o corte alto de filé é fundamental.
Pedimos um robalo belle mauniere com arroz negro cremoso e um bacalhau grelhado com molho de tomatinhos e camarão, acompanhado de batatas ao murro. Confesso que o robalo, pedido pela minha esposa, me surpreendeu. Saboroso, tempero na medida certa e arroz negro muito bem preparado e com cremosidade fantástica. A alcaparra tem que ser lavada antes de usar na preparação por causa do excesso de sal.
O bacalhau não ficou atrás, estava ótimo. Gratinado e com aquela casquinha de queijo tostadinha complementando o sabor do peixe. Batatas cozidas no ponto certo e com tempero suave. Prato harmonioso. A única ressalva é quanto ao molho, poderia ser um pouco mais espesso.
Como o vinho com que iniciamos a noite era meia garrafa e acabou durante a degustação da bruschetta, pedimos um Sottano Malbec 2007, que harmonizou muito bem com o bacalhau, sendo que o mesmo nao se pode dizer em relação ao robalo. Mas a opção foi nossa.
No geral, podemos dizer que saimos muito satisfeitos. Nossa permanência na casa foi de aproximadamente duas horas, as quais passaram sem que nos dessemos conta. Avaliando a casa, atribuo nota 8.
Comentarei outras experiências nas próximas postagens.