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6.5.10

Pastéis de Pinhão

Essa semana estive de passagem pelo Rio Grande do Sul, o frio estava começando a se aconchegar e por conseqüência as comidas típicas e boas começam a se tornar mais freqüente à mesa das famílias nessa época do ano.O sul do país possui uma diversidade de pratos feitos com produtos que são quase exclusivos por lá, dentre esses produtos temos o pinhão.
No Brasil o pinhão designa as sementes das Araucárias, árvore de destacada importância cultura, econômica e ambiental da região sul. Há presença dessas árvores em alguns estados da região sudeste também.
O pinhão é uma semente que se forma dentro de uma pinha, nos meses de maio e junho as pinhas estouram ao sol do meio-dia possivelmente como reflexo da dilatação após a manhã fria. Com o estouro esses pinhões espalham-se num raio de aproximadamente 50 metros a partir da planta mãe. Porém, essa não é a única forma de disseminação do pinhão, durante muito tempo a gralha azul foi apontada como personagem principal na disseminação de sementes, isso porque durante o outono, quando as Araucárias frutificam, bandos de gralhas estocam os pinhões para deles se alimentar posteriormente, nesse processo as gralhas azuis encravam os pinhões no solo ou em troncos caídos no solo, já em processo de putrefação, locais próprios para a formação de novas árvores.
Sabe-se hoje que, esses animais não são os principais responsáveis, já que a maior parte da alimentação das gralhas azuis são insetos, e que na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores.


Embora no passado o pinhão tenha feito parte da alimentação freqüente dos índios Guarani, a coleta para o consumo humano não é recomendada e é até coibida em algumas épocas e locais. Isto porque os animais silvestres necessitam do pinhão como suplemento alimentar, para enfrentar o inverno. O grande consumo humano poderia portanto prejudicar a perpetuação dessas espécies animais, assim como da própria Araucária.
Por seu gosto característico, o pinhão é muito apreciado na culinária local das regiões onde ocorrem focos de Araucária. Em Santa Catarina o pinhão é talvez a comida mais típica do estado, sendo consumido assado ou cozido de diversas maneiras. Já no Paraná, cujo pinhão é símbolo do estado, o pinhão é usado em várias sobremesas, como doces de pinhão.
O pinhão e tornou um alimento tão apreciado e valorizado na região sul do país, que existem diversos festivais culinários que se realizam em cidades onde há a ocorrência da Araucária. O mais famoso deles acontece em Santa Catarina, todo mês de maio, a chamada Festa Nacional do Pinhão. A festa acontece na cidade de Lages, serra catarinense e atrai turistas de todo o Brasil. A festa é organizada pela prefeitura do município com o apoio do governo do estado e empresas que fazem publicidade durante a festa. São oferecidos pratos típicos todos feitos a base de pinhão. Os mais famosos são o Entrevero, a Paçoca de pinhão e os tradicionais pastéis de pinhão.


Pastéis de pinhão

Ingredientes

  • 1,5 de farinha de trigo
  • Azeite
  • 3 colheres de pinga
  • 200g de carne moída
  • 1,2 kg de pinhão cozido, descascado e moído
  • 70g de cebolinha picada
  • sal e pimenta a gosto
Massa
Misture a farinha de trigo, 1 colher (sopa) de azeite e a pinga. Deixe descansar.

Recheio
Refogue a carne moída e os pinhões.
Acrescente a cebolinha, o sal e a pimenta com duas colheres (sopa) de azeite.
Deixe esfriar.

Estique a massa, recheie e corte os pastéis.
Frite em óleo quente.

Bom apetite!

Chef Carol Graupner

25.4.10

Arroz Carreteiro do Chef

Aí vai uma receita bem tradicional do Sul do Brasil. Originalmente comida de carreteiros facilitada por ser feita numa só panela, prato único, levava cebola, charque, tomate e arroz. Com o tempo foi ganhando novos ingredientes e passou a ter as sobras do churrasco como ingrediente fundamental. Nos estados do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as famílias costumam fazer o arroz carreteiro nos primeiros dias da semana, aproveitando as carnes assadas do domingo.
Em homenagem ao povo do Sul, aí vai minha versão do arroz carreteiro:

Multiplicar as quantidades abaixo pelo número de comensais:
130g de arroz branco (não pode ser parboilizado);
20g de cebola branca picada em brunoise;
2g de alho ecrasé;
2g de sal;
0,2g de pimenta do reino preta moída na hora;
0,2g de glutamato monosódico;
0,2g de açúcar refinado;
100g filé mignon bovino assado e picado em cubos;
30g linguiça calabreza dessalgada e picada;
10g de bacon sem casca, dessalgado e picado em lardons;
150g tomate italiano vermelho maduro picado em cubos;
12g pimentão vermelho picado em cubos;
12g pimentão amarelo picado em cubos;
12g pimentão verde picado em cubos;
350ml de água fervente;
50ml de vinho branco seco;
10g de cebolinha picada;
5g de salsinha (não pode ser coentro) picada;
20ml de azeite de oliva extra virgem espanhol.

Suar numa caçarola em azeite o alho, a cebola, com o sal, a pimenta e o bacon. Selar o arroz (até que fique translúcido ou insuportável ao toque). Adicionar o vinho branco. Adicionar todos os outros ingredientes menos a cebolinha e a salsinha. Cozinhar em fogo brando até que a água seque. Após, desligar o fogo e tampar a panela e deixar abafado por 5 minutos. Misturar a cebolinha e a salsinha com o auxílio de um garfo de madeira ou salpicar o cheiro verde diretamente sobre o prato do comensal.
Um abraço e até a próxima!