Esta semana o Brasil completa 510 anos. Já faz 510 anos que os portugueses deram os primeiros passos no nosso território e inauguraram a mais fantástica aventura cultural da Terra. Nas caravelas vieram além de marinheiros e padres, galinhas, barris de frutos secos, carne seca, bacalhau e vinho. As próximas trariam açúcar, canela, cravo, cebolas, alho, pimenta. Com a escravidão indígena e africana, em panelas de cerâmica indígena foram misturados os ingredientes lusitanos aos locais e aos d'África. O moquem indígena conheceu o sal, a pimenta e a cebola dos portugueses, em seguida, o leite de coco e o dendê foram adicionados por mãos negras cativas.
Das velhas panelas de barro, sob as chamas crepitantes dos fogões de lenha e fogueiras, nasceu a moqueca. De mãos escravas também nasceriam o acarajé, bolinho de feijão fradinho, o vatapá, os quindins de Iaiá, que de Iaiá não tinham nada, eram os quindins das negras e mulatas que desfilavam pelas ruas de Salvador fazendo sucesso com seus tabuleiros cheios de delícias feitas de açúcar, ovos, leite de coco, e sofrimento... Num quitute baiano há muito mais que uma delícia gastronômica. Há história, religião, trabalho, e muita cultura. Temperos que tornam a comida baiana única e especial.
Especial como a cocada, que vamos mostrar aqui nas palavras de Gilberto Freyre:
COCADA BAIANA
"1 coco e 1 quilo de açúcar.
Raspa-se 1 coco, faz-se a calda de 1 quilo de açúcar, junta-se o coco à calda e leva-se ao fogo. Quando a calda estiver em ponto de fio, tira-se do fogo e mexe-se com uma colher de pau até um pouco antes de açucarar. Em seguida deita-se o doce numa tábua ou numa mesa de mármore; quando estiver frio, parte-se com uma faca em losangos e põe-se ao sol para secar".
Saudações Gastronômicas,
Chef Adriano Vasconcelos.
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