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23.11.10

Descobrindo os sabores do Brasil - Maranhão: Galinha caipira com pirão de parida

Nosso leitor, Claudinei Domingos, pede uma receita de galinha caipira de São Luís do Maranhão.
Aí vai então, Claudinei, a receita da Galinha Caipira com Pirão de Parida, uma obra prima da cultura nordestina. Bom apetite!
 Pra fazer esta receita, verdadeira bandeira culinária maranhense, você vai precisar de uma galinha de aproximadamente dois quilos, duas colheres de sopa de azeite, meia xícara de chá de tomate picado, meia xícara de chá de cebola picada, meia xícara de chá de pimentão verde picado, um terço de xícara de chá de vinagre branco, sal a gosto, urucum em pó a gosto, duas xícaras de chá de água, suco de limão, um quarto de xícara de chá de leite de coco, duas colheres de sopa de cebolinha picada, duas colheres de sopa de coentro picado, salsinha, pimentas verdes e vermelhas, pimentas de cheiro e finalmente, duas e meia xícaras de chá de farinha de mandioca.
Vamos ao preparo: Corte a galinha em pedaços grandes, selecionando o peito, as coxas e sobrecoxas e as asas. Reserve. Aqueça o azeite em uma panela grande e refogue o tomate, a cebola e o pimentão. Junte o vinagre, o sal e o urucum. Acrescente água e o suco de limão. Deixe ferver e adicione os pedaços de galinha. Cozinhe por 25 minutos. Acrescente mais água, se necessário. Junte o leite de coco, a cebola e o coentro. Cubra o fundo de uma travessa com a farinha de mandioca. Despeje o caldo do cozimento sobre a farinha, em seguida os pedaços de galinha. Enfeite o prato com salsinha e pimentas cruas e delicie-se!

9.5.10

Brigadeiro, brigadeiro, brigadeiro; é bonito, é faceiro e é solteiro

Hoje vou procurar responder a um e-mail do Mardem de Brasília que escreveu:
"Olá, procurei no site a receita do brigadeiro, mas não encontrei. O brigadeiro é uma das poucas coisas que consigo fazer na cozinha. Sei que é simples, mas apesar da simplicidade do doce, nem todos o fazem bem feito. Gostaria de ter dicas de como fazê-lo bem feito ou de como incrementá-lo. Também poderiam nos desvendar o mistério de como fazer o leite condensado. Por fim, notei que um dos objetivos do site é o resgate das raízes culturais e a proteção do patrimônio cultural. Sendo assim, seria bem interessante e oportuno contar a história do brigadeiro. Sei que ele já foi utilizado como instrumento de campanha eleitoral na década de 40 e que o seu nome é oriundo do então candidato à Presidência da República, o brigadeiro Eduardo Gomes. Ao que parece, tanto o nome como a receita são brasileiros típicos. Mardem Filho"

O brigadeiro do ar
Eduardo Gomes, fluminense, foi aviador, militar e político de direita.
Patrono da Força Aérea Brasileira e ministro da Aeronáutica por duas vezes, nos governos conservadores de Café Filho e Castelo Branco. Participou da insurreição dos 18 do Forte em 22 e da insurreição Paulista de 24. Foi preso quando se dirigia para integrar a Coluna Prestes. Participou das ações que viriam a derrubar Washington Luís, após o fracasso eleitoral da Aliança Liberal. Em 1935, lutou contra a Intentona Comunista. Tornou-se brigadeiro em 41. Candidatou-se às eleições presidenciais de 45 formando a reacionária UDN. Durante o período eleitoral, algumas senhoras da alta sociedade carioca distribuiam doces para apoiar sua campanha que passaram a ser conhecidos em todo Brasil pelo nome de sua patente, brigadeiros. As moças casadoiras recebiam o candidato cantando: "Brigadeiro, brigadeiro, brigadeiro; é bonito, é faceiro e é solteiro". Derrotado por Dutra, foi novamente candidato à presidência em 50 sendo derrotado por Getúlio. Em 1964, participou do golpe militar que depôs o presidente Jango e atrasou o Brasil por vinte anos. Felizmente ficou o doce, preferência nacional.

Os brigadeiros
1 copo de leite condensado;
3 colheres de chocolate em pó;
1 colher de manteiga;
chocolate granulado.

Misture com colher de pau os três primeiros ingredientes numa panela em fogo brando até desgrudar do fundo. Esfrie, passe manteiga nas mãos, enrole bolinhas e passe no chocolate granulado, sirva em forminhas de papel. Para incrementar o doce, coloque no começo da mistura uma colher de sopa rasa de café solúvel, fica uma delícia!

O leite condensado
(lata de 1937 a 1946)
3 partes de açúcar cristal
3 partes de leite em pó
1 parte de água quente

Bater por cinco minutos no liquidificador, deixar na geladeira por 24 horas antes de usar.

Até a próxima!
Chef Adriano Vasconcelos

4.5.10

Descobrindo os sabores do Brasil: Ora-pro-nobis!

A Pereskia aculeata, conhecida no Brasil pelo nome Ora-pro-nóbis, é uma cactácea que cresce em toda o continente americano. As folhas, suculentas e comestíveis, têm a forma de ponta de lança.

As folhas desidratadas contém 25,4% de proteína; vitaminas A, B e C; minerais como cálcio, fósforo e ferro e muita fibra.
Fora do Brasil é chamada Barbados gooseberry ou Groseillier des Barbades.
A disseminação se faz por estaquia e o crescimento é rápido. Muito utilizado como cerca viva porque muito espinhoso, o Ora-pro-nóbis também é planta ornamental possuindo lindas flores brancas cuja florada infelizmente dura somente um dia.

O ora-pro-nobis e sua exuberante florada:

É muito importante não confundir com o falso ora-pro-nobis, a pereskia grandifolia. Não comestível, o falso ora-pro-novis diferencia-se apenas pela florada, que caracteríza-se por belas flores roseas:
Agora, o mais importante, o ora-pro-nóbis é delicioso e em Minas Gerais, onde é muito popular, são centenas as receitas que levam suas folhas.

Picadinho com Ora-pro-nóbis e Angu Lavado

Picadinho:
60 folhas de ora-pro-nobis;
100 ml de óleo;
4 dentes de alho;
1 cebola cortada em brunoise;
500 g de carne de patinho picada em cubos de 0,5 cm;
500 g de pernil de porco picado em cubos de 0,5 cm;
sal e pimenta do reino.

Angu:
6 espigas de milho verde;
400 ml de água.

Preparo do picadinho:
Lave bem as folhas do ora-pro-nóbis.
Corte de modo que fiquem bem finas.
Reserve.
Em uma panela, esquente o óleo, frite o alho e depois a cebola.
Acrescente a carne e o pernil picados.
Mexa bem com garfo de madeira para que não empelote.
Deixe o caldo das carnes secar.
Cubra com água, acerte o sal e a pimenta e cozinhe.
Enquanto isso, em uma frigideira, refogue rapidamente o ora-pro-nóbis com um fio de óleo. Misture com o picadinho, deixe cozinhar por mais cinco minutos ou até que o caldo seque um pouco.
Sirva com o angu lavado.

Praparo do angu:
Rale o milho usando um ralador bem fino.
Passe por uma peneira fina.
Use uma xícara de água para lavar o bagaço e aproveitar melhor o milho.
Passe novamente pela peneira.
Leve o caldo do milho ao fogo em uma panela de fundo grosso.
Mexa sem parar para não encaroçar.
Acrescente o restante da água aos poucos e cozinhe.
Quando o angu começar a soltar do fundo da panela, o prato está pronto.
Coloque em um recipiente umedecido e sirva em seguida.

Bom apetite e até a próxima!

Chef Adriano Vasconcelos

17.4.10

Para Aprender e Gostar

Vivas aos sabores da cozinha brasileira!
A Revista Brasília de Dólma destaca na semana em que comemoramos 510 anos de Brasil, o lançamento da série de cursos "Descobrindo os Sabores do Brasil", que resgata pratos tradicionais da culinária de raiz de todos os estados do país.
A série é realizada pelo atelier de artes culinárias Senza Parole sendo que o primeiro curso ocorrerá no dia 22 de abril, aniversário do Descobrimento e é uma homenagem à Bahia de todos os santos e de todos os brasileiros. Berço da colonização do Brasil onde floresceu uma rica culinária, resultado do casamento das culturas européia, indígena e africana, a Bahia tem uma complexa e deliciosa mistura de sabores e aromas que será representada pelos ícones da sua Gastronomia: acarajé, vatapá, moqueca, pirão, farofa de dendê e os quindins de iaiá. O curso é prático e reúne música, história, cultura e culinária em um ambiente de descontração onde os chefs Adriano Vasconcelos e Carol Graupner ensinarão a uma turma limitada a 20 alunos o que é que a Bahia tem. Os alunos aprenderão e terão a oportunidade de participar da execução de cada um dos pratos e os degustarão em um jantar harmonizado com cervejas especiais. O investimento é de R$ 120 e um quilo de alimento não perecível. É possível acompanhar os próximos cursos da série que serão divulgados no blog do Senza Parole.

Serviço:
Investimento: R$120,00 e 1kg de alimento não perecível
Data: 22 de abril
Das 20 h às 23h
Local: Escola de Gastronomia de Brasilia, 201 Sul.
Inscrições: (61) 9675-8092
senzaparole@chef.net
http://paixaofogaoearte.blogspot.com