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19.7.10

Enogastronomia - Parte 01

Uma coisa que deixa muita gente confusa é quando você precisa harmonizar um vinho com uma comida, cabelos caem, coceiras acontecem e lá se vão muitos minutos daquele jantar que deveria ser maravilhoso. Para que isso não aconteça vou falar um pouco sobre este assunto e dar uma dicas sobre harmonização de vinhos. Hoje começo uma série de artigos sobre enogastronomia e harmonização de vinhos. Não é uma camisa de força, apenas um texto mais completo sobre o assunto

Harmonização é nada mais que combinar um vinho com uma comida através de similaridade ou pelo contraste. Alguns vão dizer que isso é uma arte e eu tenho que concordar, realmente saber fazer uma harmonização depende de alguns fatores e um toque de conhecimento e vivência no mundo dos vinhos.

Inicialmente precisamos saber que toda harmonização está embasada em três pontos: a composição, o aroma, e a textura.

Quando falamos em composição estamos nos referindo aos elementos intrínsecos da comida e do vinho, como a acidez, os taninos, a quantidade de álcool, o amargo, a doçura, se é mais salgado ou não, tudo isso influência na harmonização. Por exemplo, a acidez, todo vinho deve ter uma acidez característica, isso é bom e desejado, na comida ele pode ser natural ou adicionada, o que queremos é equilibrar a acidez do vinho com a acidez do prato, um vinho mais ácido vai pedir um prato com mais acidez. Quando queremos diminuir a acidez de um prato podemos utilizar tanto a gordura como a doçura de ingredientes.

O sabor doce de um vinho é resultado do açúcar residual da fruta, na comida assim como a acidez esta pode ser natural ou adicionada quando harmonizamos pratos doces temos que ter em mente que o vinho deve ser mais doce ou igual a doçura do prato, nunca menor. O contraste para a doçura são os sabores ácidos e salgados. Já o salgado é muito raro em vinhos, as referências em vinhos falam que somente alguns tipos de Jerez possuem esta características. Vinhos com alto teor alcoólico não se saem bem em harmonizações com pratos salgados.

Taninos, este é um dos grandes problemas quando pessoas leigas no assunto querem fazer um harmonização. Antes de falar sobre harmonização, rapidamente, explico o que são os taninos dos vinhos: Tanino é a substância do vinho que causa a sensação de amargor e adstringência (sensação de ter os dentes travados) presente principalmente em vinhos tintos jovens. Por causa desta característica marcante, fica praticamente impossível de se harmonizar vinhos muito tânicos com peixes, ovos e queijos. A melhor opção de harmonização para estes vinhos são pratos untuosos, gordurosos e bastantes suculentos.

Outro fator importante é o teor de álcool presente no vinho. Mas o que o álcool faz? Porque é tão importante saber o teor alcoólico em um harmonização?

Como já dito acima, o álcool em teores elevados confere ao vinho sabor adocicado. Participa ativamente nas sensações de corpo e peso do vinho. Sempre vai causar sensação de ardência e calor nas mucosas. harmonizar vinhos muitos alcoólicos a comidas muito salgadas é um erro inevitável.

Ainda temos a questão de aromas que podem harmonizar por contraste ou por similaridade. O grande problema aqui é saber exatamente quais são estes aromas, tanto no vinho como na comida, pois caso isso não seja feito com certeza erros irão acontecer.

Quando falamos sobre textura, estamos falando de sensações térmicas quanto tácteis. Quando estudamos o assunto o critério mais adotado é peso. Com isto o grande desafio é colocar em harmonia o leve e o pesado de maneira que alimentos pesados não se sobresaiam e matem o vinho mais leve. O bom senso neste quesito deve prevalecer sempre, pois um erro muito comum é quando se exagera na harmonização de vinhos e comidas pesadas.

Na próxima semana escrevo sobre quais são as etapas que devemos seguir para fazer uma harmonização.

Abs, Chef Emerson.

12.7.10

Manteiga ou Margarina

A minha preferência é a manteiga, para mim é indiscutível o sabor que ele dá em preparações grelhadas ou refogadas ou mesmo assadas. A manteiga deixa um sabor bem característico coisa que a margarina não consegue.
Eu odeio gordura hidrogenada, ela é horrível, gruda no céu da boca um horror.
A manteiga tem uma vantagem que é seu poder de acentuar os sabores e servir como emulsificante em preparações de molhos. Ao final do preparo de seu molho adicione manteiga gelada, ficará ótimo. Eu uso a margarina somente para unatr formas e só.
Para a culinária a manteiga é bem mais versátil e muito melhor quanto ao sabor, pois o que interessa realmente no final é o sabor do nosso prato.
Para os outros assuntos envolvendo a manteiga e a margarina, me reservo ao direito de dizer o seguinte:
“Quanto à manteiga ou margarina, confio mais nas vacas do que nos químicos.” Joan Gussow
Ah me esqueci!!! Faça um simples purê de batata com manteiga e outro com margarina e me diga o que você achou.

5.7.10

Rosbife

Antes de mais nada, que agradecer ao convite do Chef Adriano para ser um dos colaboradores do blog e poder difundir a gastronomia de uma maneira simples, correta e agradável. Sou Emerson Mantovani, Chef de Cozinha, professor universitário e consultor na área de gastronomia.

Para começar, vou falar sobre o prato rosbife, que pode ser feito de várias maneiras, tradicionalmente era usado com cortes de carnes arredondados como o lagarto, contra-filé ou até mesmo coxão-duro, hoje podemos usar carnes mais nobres como o alcatra e o filé mignon, tudo depende da maneira de preparo do seu prato.

O rosbife é um prato bastante rico em aromas e sabores, combinado de várias maneiras com muitas opções de ingredientes, pode ser feito em panela ou assado ao forno, ou ainda um método que combine as duas opções. Depois do preparo pode ser usado ainda quente ou guardado na geladeira para ser servido frio.

Passo a diante um opção de rosbife feita com contra-filé ou lagarto.

Rosbife ao Molho de Vinho

Ingredientes:
1 peça de lagarto ou miolo do contra-filé de cerca de 1,5 kg
1 garrafa de vinho tinto seco malbec
300 gramas de bacon em fatias
150 gramas de cebolas para conserva
2 ramos de alecrim fresco
2 ramos de tomilho fresco
3 folhas de louro
6 dentes de alho
Sal e pimenta a gosto

Modo de Preparo:
Faça um marinada com o vinho, as cebolas, alecrim, tomilho. louro, alho e o sal. Tempere a carne com sal a gosto, enrole fatias de bacon e amarre com barbante. Deixe a carne de molho nesta marinada por cerca de 03 horas. Em uma panela de fundo grosso, coloque a carne  e deixe dourar a gordura do bacon, quando esta estiver dourada acrescentar as cebolas e um copo de água. Abaixe o fogo e deixe cozinhar em panela tampada por 15 minutos. Vire a carne e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Com um garfo espete a carne e veja se sair um líquido rosado a carne está no ponto, retire do fogo e reserve. Coloque a restante da marinada e deixe reduzir o líquido até que fique metade. Retire o alecrim, o tomilho e o louro, corrija o sal, misture 2 colheres de amido de milho em 1/2 copo de água e engrosse o molho. O tempo de cozimento é em média de 10 minutos para cada 500 gramas de carne. Corte em fatias finas e sirva com arroz branco.